Crédito das fotos: Karen R. Igari

Crédito das fotos: Karen R. Igari

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

A felicidade a um palmo do nariz

Sabe aqueles dias, em que você se sente tão insatisfeito, desanimado e vazio, que a única coisa que poderia preenchê-lo e renová-lo, de verdade, seria fugir pra algum lugar paradisíaco? Aí, você começa a imaginar-se naquela praia, num dia superensolarado, de céu azul e tomando aquela água de coco ou, então, em meio à mata, rodeado de muito verde, ouvindo os galhos das árvores balançando e sentindo um frescor delicioso... Até que pá! Você acorda e volta para a realidade, mas como se tivesse levado um tapa na cara.

Pois é. A gente tem a mania de criar um apego por algo que está mais distante, além de enfeitar tudo, achando que quanto mais fru-fru e babado as coisas tiverem, maior será a sensação de satisfação e prazer. E então desejamos viajar, porque, somente assim, será possível relaxar; ansiamos ir a um restaurante bem chique, porque, apenas desse jeito, provaremos do melhor prato de nossas vidas; almejamos ir a um show de uma banda que está bombando, porque, desse modo, poderemos postar nas redes sociais, além de soltar a voz e pular loucamente, sem vergonha alguma... E vamos construindo cenários imaginários que poderiam ser a solução de tudo e, claro, alcançar a tão cobiçada felicidade.

No entanto, é crucial compreender que não é o lugar e nem o evento que importa, mas a sensação captada e desfrutada naquele momento. Certa vez, ouvi a profissional de desenvolvimento pessoal, Flavia Melissa, dizer que não importa se você idealizou sair com o seu parceiro pra jantar num restaurante bem requintado e, ao invés disso, vocês foram comer uma pizza num barzinho e foi tudo maravilhoso! Porque, o que realmente vale é a sensação daquele momento, de prazer, de realização, de leveza.

Realmente, viajar é fabuloso, não estou questionando isso, mas será que é o único jeito de relaxar e repor as energias? Restaurantes chiques são incríveis, mas é só dessa forma que você poderá saborear algo sensacional? Ir a shows é libertador, mas é apenas nessa ocasião em que você poderá soltar a voz e dançar? Estar em contato com a natureza é revigorante, mas é preciso ir para muito longe para obter tal benefício? Entende?!

Quando foi a última vez que você saiu para caminhar no parque e deixou-se hipnotizar pelo canto dos pássaros e pelo balançar das folhas? Quando foi a última vez que você parou pra apreciar o pôr do sol e admirar as cores que se formam no céu? Quando foi a última vez que você saboreou cada garfada dada, sentindo os ingredientes e as diferentes texturas? Quando foi a última vez que você se banhou, sentindo a água cair pelo corpo, a espuma na pele e o cheiro perfumado desse banho? Quando foi a última vez que você viveu o momento presente?

Sabe, não há problema algum em sonhar e idealizar, aliás, isso é ótimo, desde que isso seja o primeiro passo para correr atrás do que está sendo almejado, mas deixar de viver o agora por não saber desfrutar do que está ali à disposição e que também o fará muito feliz, aí sim é uma perda de foco e um desperdício de tempo. Por isso, permita-se sentir mais!

Apegue-se à sensação, porque é isso que alimenta a nossa alma, de verdade. São as boas sensações que nos dão mais paz e gás. Não é um lugar longínquo, nem algo cheio de pompa que interessa, mas sim o que sentimos. Se andar pelo quarteirão no final da tarde lhe faz bem, traz boas sensações, então caminhe. Se o faz feliz ficar de pijama em frente da televisão, então fique. Se cantar bem alto for algo libertador a você, então solte o gogó...

De novo: o que vale é o sentir. Então acolha e abrace a sensação, e apegue-se a ela, porque é o que realmente importa. Curta mais o momento. Saboreie mais o seu agora. E seja feliz...


Um forte e fraterno abraço...

(Karen Igari)

Foto particular - KRI: foto tirada no Parque da Luz
Foto tirada no Parque da Luz, em 01/2014.



quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Conectado na internet e desconectado com o agora

Eu não sei você, mas fico me questionando quando foi que começou toda essa necessidade quase que incontrolável de estar conectado sempre: ou é aquele som de notificação do celular apitando a todo instante, ou o vício de conferir o que anda rolando nas redes sociais.

Tudo parece ter se transformado em “caso de emergência”. Nada pode esperar, nada pode ser deixado para depois, mesmo que esse depois se resuma num aguardo de quinze minutos.

O imediatismo é a palavra perfeita para nomear o mau hábito que estamos adotando, já que preferimos ficar ausentes de onde estamos e com quem estamos para conectarmos com alguém pelo celular, e, na maioria das vezes, para dizer ou receber coisas banais.

Não estou dizendo que devemos dispensar essa ferramenta tão bacana que temos à mão, afinal, saber que podemos entrar em contato com qualquer pessoa e na hora que precisamos é algo sensacional. O problema é o uso desenfreado dessa tecnologia, que nos ajuda a conectar com o mundo, mas desconectar com o momento presente, com o agora, com a nossa própria vida, conosco mesmo... É saber tudo o que anda rolando por aí, mas não ter a menor noção e nem percepção do que anda acontecendo a um palmo do nariz.

Acho muito sábio e sensível da parte daqueles que sabem usufruir dos benefícios dessa fácil acessibilidade, como, por exemplo, enviando uma mensagem ou uma foto bem bacana (ou o que preferir) a alguém especial, como àquele amigo que sempre foi seu brother e que anda precisando de um incentivo, a sua esposa que está sobrecarregada e está necessitando de uma palavra amável, ao seu irmão que vem lutando para passar no concurso público e tem necessitado descontrair um pouco para ganhar um gás, .... Entendeu o espírito da coisa?!

Agora, tudo bem dar aquela olhadinha no celular, mas cuidado para que essa espiadinha não tome todo o seu tempo, que é tão precioso. Priorize aquilo que realmente é importante pra você, que vai agregar, que pode ajudar no seu aprendizado, no seu amadurecimento e na sua evolução. Que faça valer o seu tempo, que mereça o seu tempo...

Viva mais o seu agora. Esteja presente, de verdade. Conecte-se consigo mesmo, porque essa conexão é o que guiará os seus passos, que mostrará o mundo a você, que o levará a viver esse mundo. Olhe mais para dentro de si, ao invés, para telinha do seu celular, porque só se vive intensamente o momento presente estando de verdade no agora. Pare de olhar tanto para o mundo e viva mais o mundo. Pense nisso...


Um forte e fraterno abraço...


(Karen Igari)

Foto particular - KRI: foto tirada na Serra da Canastra
Foto tirada em Serra da Canastra, em 01/2015.