Eu nunca consegui me entregar aos poucos. Nunca consegui me doar em partes. Sempre foi tudo de uma vez com direito a intensidade e exagero no último grau de juízo. Não adianta colocar empecilhos ou inventar moda. Eu sinto, mergulho e pronto. Coleciono cicatrizes, mas não passo vontade de ser feliz, sabe? Eu tenho uma leve disposição a dar vida ao meu coração e quando ele resolve (trans) bordar me permito sem pensar nas consequências. Não faço do medo uma muleta para sabotar as vontades repentinas que roubam a razão. Eu vou de um extremo ao outro em dois segundos. Não adianta. Controlar o que é feito para extravasar nunca dá certo. Amar pela metade é desperdício de mãos tremendo e borboletas no estômago. Viver pela metade é calar os instantes de felicidade que nos transformam. Metade nunca proporciona o prazer inteiro.
(Marcely Pieroni Gastaldi)
Foto tirada em Caraguatatuba, em 01/2014. |
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